ENCONTRO MENSAL
Terceiro Domingo do mês.

Local: Bosque do Povo - Estrada das Lágrimas, 320 - São Caetano do Sul - SP.

A partir das 9h às 14h

Entrada: 2 kg de alimento não perecível..

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sábado, 30 de junho de 2012

Álcool x Gasolina



Como está em alta aqui a conversão de motores a gasolina para usar álcool como combustível, resolvi escrever este artigo para que se possa ter uma noção dos problemas que podem ocorrer nesta transformação. Acho que a melhor forma de fazer isto é explicar as diferenças entre os combustíveis e o que isto pode acarretar no comportamento de um motor ciclo Otto. Assim, quem quiser converter o motor pode te uma idéia dos problemas que podem ocorrer e por que eles ocorrem.

A Gasolina

A gasolina não é uma substância pura: É uma mistura de centenas de hidrocarbonetos que têm entre 3 a 12 carbonos, proveniente de uma faixa da destilação do petróleo. Há componentes mais leves e mais pesados na gasolina. Conforme o tempo passa, os mais leves se evaporam, deixando apenas os mais pesados. Por isso se diz que a gasolina "ficou velha" ou "estragou". Em aproximadamente 2 meses, a gasolina muda sua composição por causa da evaporação dos componentes leves, sobrando os mais pesados, que costumam ter octanagem menor. Por isto é que a gasolina velha pode causar "batidas de pino" no motor. Normalmente, quanto maior o número de carbonos na cadeia (mais pesada a molécula), menor é a octanagem: Por isto o querosene e outros solventes, se misturados à gasolina, fazem o motor "bater pino". Estes componentes mais pesados também têm uma vaporização mais difícil. Quando expostos ao calor em estado líquido, vão se degradando e formam a conhecida "borra" de gasolina. A gasolina vendida no Brasil tem, por lei, 22% de álcool etílico em volume na sua composição, para reduzir a emissão de poluentes. Outra coisa que não se fala (não sei por que...) é que a gasolina, por conter hidrocarbonetos aromáticos (como o benzeno) na sua composição, é cancerígena, especialmente se inalada em excesso. Com certeza não há estudos sobre isto (não "interessa" que haja...), mas a incidência de câncer entre os frentistas, que trabalham expostos aos vapores da gasolina, provavelmente é muito mais alta do que no resto da população.

O Álcool

O álcool, ao contrário da gasolina, é uma substância pura (etanol), embora seja encontrado nos postos como sendo uma mistura de 95% de etanol e 5% de água, em volume. É uma molécula cuja fórmula é C2H5OH. Por ter oxigênio na composição, a molécula ganha uma polaridade que faz com que o álcool seja líquido à temperatura ambiente (o etano, C2H6 é um gás) pela maior coesão entre as moléculas. É um combustível que não deixa borras, sendo bem mais "limpo" que a gasolina, ao contrário do que se pensava nos primeiros anos do Proálcool. Tem a desvantagem de ser mais corrosivo no estado líquido que a gasolina, o que demanda um tratamento anticorrosivo nos metais que têm contato com o álcool em sua fase líquida, normalmente através de um revestimento com um metal que não reaja com ele, como o níquel, usado para revestir o Zamak dos carburadores.


As diferenças entre os combustíveis

Poder calorífico (capacidade de gerar energia)

O álcool, por conter oxigênio na molécula, tem um poder calorífico menor que o da gasolina, uma vez que o oxigênio (34,7% do peso molecular do etanol é oxigênio) aumenta o peso molecular, mas não produz energia. Isto explica a menor km/l de um motor a álcool em relação ao mesmo motor a gasolina. O álcool hidratado (95%) produz a energia de 20,05 MJ/litro, enquanto a nossa alcoosolina (22% de álcool) produz 27,57 MJ/l. Por aí já se vê que a 1 litro de gasolina produz 37,5% mais energia do que 1 litro de álcool: Daí, em um motor com o mesmo rendimento térmico, um motor a gasolina que fizesse 10 km/l iria fazer 7,27 km/l de álcool.

Proporção estequiométrica

O álcool tem proporção estequiométrica de 8,4:1 (8,4 partes de ar para cada parte de álcool) em massa, enquanto a gasolina tem 13,5:1. Para a mesma massa de ar, é utilizado 60% a mais de massa de álcool. Em volume, é necessário mais 43% de álcool do que de gasolina. Por isto, bicos para álcool tem que ter uma vazão em torno de 50% maior do que bicos para gasolina. Uma coisa interessante que decorre disto é a seguinte: Apesar de a gasolina fornecer mais 37,5% de energia, o fato de ser necessário 43% a mais de álcool para a mistura faz com que um motor ganhe em torno de 5% de torque e potência só de passar a queimar álcool.

Octanagem

O álcool tem um maior poder antidetonante do que a gasolina. Enquanto a gasolina comum tem 85 octanas, o álcool tem o equivalente a 110 octanas. Isto significa que ele consegue suportar maior compressão sem explodir espontaneamente. Isto faz com que um motor a álcool possa ter uma taxa de compressão maior do que um motor a gasolina. Enquanto as taxas para gasolina variam entre 9 e 10,5:1, as taxas para álcool ficam entre 12 e 13,5:1. Como o rendimento térmico de um motor (rendimento térmico é quantos % da energia do combustível é transformada em movimento pelo motor) aumenta conforme aumenta sua taxa de compressão, os motores a álcool tendem a ter um rendimento térmico maior do que um motor a gasolina, compensando parte do menor poder calorífico. Assim, nosso motor não faria apenas 7,27 km/l, faria algo entre 7,5 e 8 km/l, devido ao melhor aproveitamento da energia do combustível. A velocidade da chama do álcool é menor, demandando maiores avanços de ignição.

Calor de vaporização

O álcool tem um calor de vaporização de 0,744 MJ/l, enquanto a gasolina tem 0,325MJ/l. Isto quer dizer que o álcool necessita de mais do que o dobro de energia para se vaporizar. Esta vaporização acontece dentro do coletor de admissão, nos carros carburados e com injeção monoponto. A energia para vaporizar é conseguida através do calor do motor, que também aquece o coletor. Porém, ao se vaporizar, o combustível diminui a temperatura do coletor, pois está "roubando" energia. Não é difícil concluir que o álcool "rouba" mais que o dobro de energia, diminuindo muito mais a temperatura do coletor. Se a temperatura cair muito, o combustível não se vaporiza mais e caminha em estado líquido pelo coletor, causando uma súbita falta de combustível na mistura, fazendo o motor falhar. Para evitar isto, faz-se passar água do radiador pelo
coletor de admissão, para aquecê-lo. Este aquecimento é muito mais necessário em um motor a álcool, pela sua maior demanda de energia para vaporizar-se.

Ponto de fulgor

Uma explosão é uma reação em cadeia. Quando uma molécula de combustível reage com o oxigênio presente no ar, ela gera energia, que faz com que a molécula vizinha também reaja e por aí vai. O ponto de fulgor é a temperatura a partir da qual pode haver uma quantidade suficiente de combustível vaporizado a ponto de gerar uma reação em cadeia. Bem, o ponto de fulgor do álcool é 13ºC. Isto significa que não é possível haver combustão do álcool abaixo desta temperatura. Isto explica por que
é necessário usar gasolina para a partida a frio em motores a álcool em temperaturas baixas. O ponto de fulgor da gasolina pura é de aproximadamente -40ºC.

Estas 2 propriedades acima decorrem do oxigênio presente na molécula do álcool, que a polariza. Isto faz com que a força de coesão entre as moléculas seja maior do que as da gasolina, que se mantém líquida pelo maior peso de suas moléculas, apolares em sua grande maioria. A menor atração molecular da gasolina é que faz com que esta tenha menores calor de vaporização e ponto de fulgor.

Resumo

Pelas razões explicadas acima, podemos concluir que, para fazer um motor a gasolina funcionar com álcool, precisam ser feitas as seguintes mudanças:

1) Taxa de compressão (para aproveitar a maior octanagem)
2) Proporção de combustível (43% maior, por causa da relação estequiométrica)
3) Curva de avanço de ignição (menor velocidade de chama)
4) Aquecimento do coletor em coletores úmidos (carb. e monoponto) (maior calor de vaporização)
5) Sistema de partida a frio (alto ponto de fulgor)
6) Niquelamento do carburador (em carros carburados)

O item 1 pode ser conseguido através da utilização de pistões mais cabeçudos ou rebaixamento do cabeçote. E os itens 2 e 3 são feitos remapeando o chip de injeção ou troca de giclês/distribuidor.

fonte: www.4x4brasil.com.br

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Gol GT

Gol GT

Quem viveu na década de 80 sentiu o coração bater mais forte neste ensaio. O Gol GT 1986 foi um ícone de sua época e continua esbanjando esportividade e juventude. Este exemplar recém-restaurado chama a atenção pela rua.



1986

Gol GT

1.8

Sonho de consumo da geração de 80

Roda

Perfil



Para muitos essa foi a melhor década. Para outros ela marcou ao volta do país à democracia. De qualquer modo, os brasileiros sentiram novamente o gostinho da liberdade de expressão e o rock nacional atingiu seu ponto mais alto com os acordes da Legião Urbana, Titãs e Paralamas do Sucesso, só para citar três bandas.

O GT surgiu como um verdadeiro esportivo em 1984. Bancos Recaro, aspecto agressivo, painel com fundo vermelho e, o principal, escapamento com ronco de verdade, anunciando sua chegada de longe. O motor de 1,8 litro e 99 cv brutos dava conta do recado e rapidamente se tornou um sonho de consumo da molecada. No carro da matéria vale salientar também o excelente câmbio de cinco marchas.

fonte: www.garagemdobellote.com.br

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O primeiro Voyage de placa preta no Brasil

  

O camarada Acir André, editor do site Curitiba Racing, nos informa que um Voyage LS ano 1981 (modelo 1982) é o primeiro exemplar do tipo a receber a placa preta no Brasil, o que oficialmente o torna um clássico. Vamos ao relato – acompanhado de belíssimas fotos feitas numa garagem de dar água na boca.

Colecionar um modelo top de linha, esportivo ou raro cativa até o menor dos entusiastas por automóvel. Ter um modelo básico, que foi usado no dia a dia chama menos atenção, mas é este o foco da coleção do Camilo Fontana.

Camilo, que é fotógrafo e comerciante de veículos, é conhecido em Curitiba por sua pequena coleção de Volkswagen da linha BX e pelas suas fotografias no site Curitiba Racing. Para ele, o charme destes carros estão nos detalhes simples como rodas de ferro e calotas, parachoques cromados, textura dos bancos originais e até na falta de algum equipamento. “Era esse tipo de carro que estava em grandes volumes nas ruas, e isso é que mais comentam quando veem o carro, já que sempre algum parente ou amigo teve um igual. É como entrar no túnel do tempo, principalmente porque sobraram poucos, já que foram usados até acabar”´, complementa.

Seguindo esta filosofia, dois anos atrás Camilo comprou um Voyage LS 81/82 Verde Álamo, que agora é o primeiro Voyage com placas pretas do país. Afirma isto, pois no último sábado, 21 de abril, ele emplacou seu Volkswagen durante o famoso FAC – Fernando Almeida Collection. Sim, é o famoso encontro que reune aquela coleção de Gol GTi raros e impecáveis.

O veículo atingiu a pontuação de 99,5% de originalidade e 96,5% de conservação na vistoria, sendo que os descontos ficam apenas pela bateria que é selada – a original não – e desgastes do tempo. Com o enquadramento nos requisitos necessários para o emplacamento, o processo foi rápido e fácil. O Voyage, desde que foi adquirido, recebeu poucos ajustes, pois eram apenas alguns detalhes que precisavam ser corrigidos no carro. “Ele tem o motor 1.5, ainda com platinado. Tudo que faltava no carro estava em uma caixa, que foi entregue no dia da compra, pelo antigo proprietário. Foi restaurar as peças e montar! Agradeço aos donos anteriores pelo respeito que tiveram com o carro, pois ele foi bem cuidado a vida toda.”

Frequentemente o Voyage era visto com suas placas amarelas, as primeiras do carro, em encontros de antigos da cidade. Agora já pode desfilar em definitivo com as placas pretas, embora o colecionador insista que as amarelas são as mais bonitas.
 
Crédito das fotos: Camilo Fontana e Rodrigo Vieira
Crédito do texto: www.jalopnik.com.br